Nada melhor que as palavras de Duranty para justificar a vontade de fazer esta encenação: “O vendedor de cacetadas é um comerciante leal, representa sobretudo o chamado intermediário, um agente: trabalha por conta de outrem. Metade do mundo não só ri da outra metade mas faria tudo para que levassem umas cacetadas, assim alguns Arlequins pudessem oferecer, de maneira séria, os seus serviços às pessoas bem intencionadas em relação umas às outras. Arlequim é neutro e é consciencioso no negócio, ou melhor, nos negócios. Comporta-se com uma prudência testada. Só num caso desesperado é que resolve tomar a iniciativa como agente de troca de cacetadas, e quando faz fortuna e percebe que atraiu sobre si a ira universal começa a revoltar-se contra os maus instintos dos seus semelhantes e a bater nos seus irmãos sem motivo, unicamente para lhes ensinar a não fazerem aos outros o que eles não querem que lhes façam a eles”.
Tradução e encenação: José Carlos Alegria
Manipulação: José Carlos Alegria, Carlos Miguel Meira Alegria e Ana Margarida Meira Alegria
Construção de bonecos: José Carlos Alegria e Ana Margarida Meira Alegria
Cenários e adereços: José Carlos Alegria e Carlos Miguel Meira Alegria
Guarda-roupa e panejamentos: Ana Maria Pereira Alves Meira
Composição musical: Carlos Miguel Meira Alegria
Desenho de luz: Carlos Miguel Meira Alegria
Apoio: Fundação Eugénio de Almeida